quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Primeiro e último



Ano novo! Por que esperamos tanto por esse momento? Se pensarmos é apenas uma mudança de calendário e nada mais. O que tem de tão mágico nesse momento? Quantas vezes escutamos: “não vejo a hora de começar 2009?”
Dia 31 de dezembro parece ser um dos dias mais esperados do ano. É o dia que todos se concentram, repensam, desejam, se enchem de expectativas e de rituais como usar branco, pular as sete ondas, rezar entre outros.
Mas na verdade acho que é esse o segredo e a magoa do último e do primeiro dias do ano.
Nessa rotina maluca em que vivemos quando é que paramos para refletir, para desejar, para analisar o que queremos, o que precisamos, o que realmente queremos conquistar. Quando é que paramos e enchemos o nosso coração de esperança. No dia-a-dia não sobra tempo para isso. As coisas vão acontecendo e atropelando tudo o que queríamos. As situações que nos são impostas nos desviam da nossa meta estipulada lá no primeiro dia do ano.
Infelizmente nos esquecemos que Deus nos dá a chance de recomeçar todos os dias. Que não há necessidade de esperarmos o primeiro dia do ano para termos novas atitudes, novos ideais, novas chances e novos sonhos. Todos os dias temos mais uma chance de fazer diferente de colocar em prática tudo o que planejamos. Todos os dias podemos ter uma vida nova, um dia novo. Todos os dias podemos decidir por outro caminho. Todos os dias podemos aprender com os nossos erros e acertar mais.
Esse é o segredo do dia 31 de dezembro e da magia do primeiro dia do ano. Esse é o motivo desse momento ser tão importante. Afinal, talvez seja a única vez que paramos e nos dedicamos a nós mesmos. A tudo o que realmente queremos. E começamos o primeiro dia do ano com aquela vontade de dar certo.
Esse é o segredo do Ano Novo, é a certeza de que teremos 365 dias para tentar lutar pelos nossos objetivos e buscar o caminho que nos leva a felicidade. É por isso que todos nós aguardamos com tanta ansiedade o tão esperado momento de gritar Feliz Ano Novo.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

De ponta cabeça...

Todos os dias nos deparamos com várias notícias. Mas essa semana para mim foi demais. Noticias que na minha opinião são completamente absurdas e não faze sentindo algum. O pior nos fazem pensar e refletir sobre tudo o que aprendemos quando nos referimos ao que é certo e errado. Vamos lá, logo no começo da semana li, em destaque, que uma “jovem senhora” de 70 anos deu a luz a uma criança. Meu Deus, mãe aos 70 anos. Como pode? Biologicamente já é um fenômeno. A expectativa do ser humano geralmente é de 80 anos – em uns paises mais em outros menos. O que esse bebê pode esperar dessa mãe. O leite materno é produzido? E se sim com qual qualidade? E a disposição física para passar noites em claro, carregar a criança de um canto a outro. Estar atenta a cada movimento. Trocar fralda, dar comida, dar atenção e principalmente brincar. Quanto tempo essa relação de mãe e filho vai existir? Afinal não somos eternos. E depois para onde ele vai? Com quem vai ficar? Como será o psicológico desse bebê? A notícia deveria ser de alegria e vida mas para mim é uma situação completamente inaceitável. Um filho precisa de amor, carinho - e isso não tenho dúvidas de que terá de sobra- mas e o resto? E as coisas que exigem disposição física, e mental. Como será isso? Realmente essa situação foge do que costumamos julgar ser normal.
Outro assunto que muito me chamou atenção foi a absolvição do policial que “acidentalmente” matou uma criança inocente de 3 anos, o garoto João Roberto. O policial confessou porém justificou dizendo ter sido uma falha e que não tinha como saber que aquele carro baleado era de uma família inocente e não de um bandido. E que todo mundo erra. Pois é, mas esse erro tirou a vida de uma criança. Qual o papel da policia? Atirar sem tem certeza? Que tipo de segurança temos ao saber que quem deveria nos proteger pode tirar as nossas vidas? Fico pensando se um dia tiver a má sorte de estar dirigindo um veículo semelhante a de um bandido e um policial me confundir. Mas tudo bem, pois depois ele pede desculpa pelo erro, só não sei se vou estar aqui para desculpá-lo. Imagino a revolta desses pais e de outras milhares de pessoas que foram vítimas de erros, de balas perdidas e etc... e tem que conviver em sociedade com esses bandidos pois a tal justiça os considerou inocentes.
E o torcedor do São Paulo que morreu por ter levado uma coronhada ode um policial? E o rapaz que só porque despertou a desconfiança do segurança de uma grand eloja levou um tiro e também morreu. Sem comentários.
Sinceramente não sei como tudo isso vai acabar. O ideal seria que as pessoas levassem mais a sério a profissão que exercem, principalmente aquelas que lidam com a vida dos outros. Profissionais que transportam passageiros, que trabalham com armas de fogo, que tem a função de proteger etc... Muitas vidas dependem da competência desses profissionais.
A justiça também deveria funcionar mais. Deveria punir de forma mais severas aqueles que tiram a vida, que maltratam, que roubam, que não estão 100% aptos a viver em sociedade e em paz.

Dinheiro na medida certa

Dinheiro... que coisa boa. Quase todo mundo passa a vida inteira atrás do dinheiro. Atrás de uma profissão que dê um belo retorno financeiro. Alguns até se esquecem da vida para ir atrás do tal dinheiro. Abrem mão da família, dos amigos, da namorada, do bichinho de estimação, de uma viagem, de um passeio, de uma festa só para se dedicar ao dinheiro. O dinheiro é bom. Seria hipocrisia dizer que o poderíamos viver sem ele. Afinal, é ele que nos permite ir a bons restaurantes, a viajar para um lugar incrível, a comprar uma roupa maravilhosa, a ter uma vida confortável. Mas como tudo na vida o que prejudica é a falta de controle.
Na verdade o problema está ai. Para não perdermos a fonte nos dedicamos cada vez mais. Vamos a happy hours, trabalhamos até tarde, preenchemos todos os dias a nossa agenda com compromissos simplesmente inadiáveis que quando percebemos nossa casa se tornou um hotel.
E para que tudo isso? Será que não existe um meio termo? Será que não é possível se dedicar, sem se tornar escravo?
A vida é única e curta. Desperdiçar nosso tempo com pessoas e situações que não vale a pena só por uns trocados realmente não vale a pena. O que vale a pena nessa vida é esta ao lado de pessoas que amamos, que nos querem bem. É fazer coisas que nos deixam felizes, que nos dão prazer. É ter a liberdade de decidir quando ir. É saber dosar os prazeres da vida com as obrigações da vida. E , claro, buscar as coisas que nos deixam felizes sempre.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Depende de nós



Solidariedade. Quantas vezes ouvimos falar sobre a importância de ser solidário e apoiar uma causa, de ajudar o próximo, de doar, distribuir. O sentimento é ainda mais aflorado no final de ano onde quase todo mundo pega as tais “sacolinahs de natais” e se sentem bem comprando roupa, brinquedo, calçado etc... para uma criança. As visitas em favelas, bairros pobres aumentam. A conta bancária de instituições de caridades também. Fora o final do ano, tragédias como a de Santa Catarina também amolece o coração.
Meios de comunicação, empresas, entidades, população em geral se comoveram com a situação dos mais de 78 mil desalojados e desabrigados e iniciaram uma verdadeira campanha de solidariedade. Até agora foram doados mais de 1,3 milhão de litros de água e 1,5 milhão de toneladas, além de sangue, remédios e dinheiro etc... As doações e a vontade de doar parece não ter fim. Ajudar as vítimas de Santa Catariana parece ter se transformado na meta de todos os brasileiros e não importa a idade. Ontem fiquei comovida de ver três crianças, de no máximo 10 anos, tocando a campainha de todos os apartamentos em busca de donativos para o Estado.
Tal comoção nacional me fez repensar algumas coisas. Longe de mim tirar a gravidade do ocorrido em Santa Catarina. Mas, quantas pessoas não passam por situação semelhante. Quantas pessoas moram em cima de córregos sem segurança nenhuma. Quantas pessoas morrem de fome. Quantas pessoas morrem nas filas dos hospitais. Quantas pessoas morrem de frio na rua. Quantas pessoas morrem de sede. Quantas pessoas perdem tudo nas famosas enchentes. Quantas pessoas estão desabrigadas no País. Pois é. O número deve ser muito maior do que os 78 mil de Santa Catarina. Quem olha por eles? Quem se mobiliza por eles? Quem é solidário com eles?
Toda essa mobilização serviu para mostrar que se todos nós, as empresas, entidades, doasse um pouco que fosse, a história de vida dos “miseráveis” poderia ter um final feliz. Se algum dia existisse uma campanha de comoção tão forte em prol dessas pessoas que moram a beira da marginalidade a realidade seria outra. Se em tão pouco tempo foi arrecadado milhões em dinheiro, toneladas em alimentos imagina se essa campanha fosse constante e, claro, com toda essa força. Afinal não adianta fazer uma campanha e não envolver as pessoas.
Voltando... se essa campanha fosse todos os dias o Brasil teria caixa suficiente para ajudar as milhares de família que não conseguem colocar um prato de comida todos os dias na mesa. Teria comida suficiente para não permitir que ninguém morresse de fome. Teria remédios, atendimento médico, banco de sangue, fraldas.
Conseqüentemente a miséria, a injustiça social, a ignorância, a falta de educação e até a criminalidade iriam diminuir. Resta saber até que ponto ter um povo saudável e com cultura suficiente para entender a situação é interessante para nossos governantes.
Não sei se tudo isso é uma utopia. E também sei que é culpa de nós mesmos. Parece que precisamos de alguém para organizar. Não queremos ter trabalho. Queremos um lugar para levar as doações, alguém que leve até o destino e etc...
Por isso, não depende de ninguém a não ser de nós.. pois é depende de cada um de nós que o nosso País se transforme. Acho que podemos pelo menos parar, pensar e tentar começar a agir. Tem muita gente esperando por isso!