quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Motorista corajoso

Quando me formei tinha em mente que iria trabalhar em Revista. Sempre gostei da linguagem e da forma como eram abordados os assuntos neste tipo de veículo. Mas nunca imaginei, sinceramente, que iria trabalhar em uma publicação direcionada ao segmento de transporte. Eu, falando de caminhão, caminhoneiro, motor, suspensão? Pois é. Destino ou não, cá estou eu há mais de sete anos na Revista O Carreteiro. E para minha surpresa adoro escrever para essa revista. Na verdade me surpreendi com esse mundo. Antes pensava como a maioria dos brasileiros. “Caminhoneiro é tudo igual, barrigudo, sujo, sem cultura, e péssimo motorista”. Nossa quanta bobagem.
O Brasil é um País que, apesar de toda evolução e tecnologia, ainda depende do caminhão para transportar alimentos, bebidas, medicamentos, combustível entre outros itens que todos nós dependemos no dia-a-dia. Portanto, o carreteiro deveria ser uma das profissões mais valorizadas no País. Mas isso está longe de acontecer. Seja por amor a estrada, por necessidade, lá está ele todos os dias enfrentando estradas esburacadas, fretes baixos, assaltos, preço alto de diesel etc. Caminhoneiro barrigudo, sujo, sem cultura e péssimo motorista está cada vez mais escasso e está perdendo espaço. Apesar de toda dificuldade enfrentada por esses profissionais o mercado os obrigou a se atualizar e hoje o que vemos na estrada são carreteiros preocupados em estar com a roupa limpa, barba por fazer, e conscientes da necessidade de fazer curso e participar de treinamentos. Claro que ainda tem aqueles motoristas resistentes. Aqueles que acham que experiência é tudo e ter as qualificações desse novo profissional não tem vantagem nenhuma. Pode até ser verdade. Mas todas essas mudanças ajudam a categoria a se valorizar e até ser mais respeitada.
O respeito é importante e começa dentro da estrada. É importante um relacionamento cordial entre carro de passeio e caminhões. O menor tem que aprender a respeitar e entender as limitações do maior. Portanto disputar espaço em uma curva, fazer ultrapassagens pode ser perigoso. Enfim, cada profissional tem o seu valor. O motorista de caminhão tem o seu. Afinal não é qualquer um que se arrisca nessas estradas para manter o Brasil funcionando e garantir o bem estar de toda população por um frete que muitas vezes não permite uma vida tranqüila para ele e sua família.

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